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Cinco anos após incêndio, Museu no Rio busca restauração e modernidade


Noite de 2 de setembro de 2018. Um incêndio de grandes proporções atingiu o Museu Nacional, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro.

A maior parte dos 20 milhões de itens que o museu abrigava foi destruída, sendo a área expositiva totalmente afetada. Entre os destaques que se perderam estavam o dinossauro conhecido como Dinoprata, as múmias egípcias e o esqueleto de uma baleia cachalote. O Museu também guardava o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo já encontrado no Brasil, que foi encontrado, com danos, entre os escombros.  

Agentes do corpo de bombeiros, com apoio de funcionários do museu, lutaram por horas para combater o fogo e salvar parte do acervo. 

Incêndio no Museu Nacional
Incêndio no Museu Nacional - Vitor Abdala/ Arquivo Agência Brasil

A área mais afetada pelas chamas foi a de antropologia, segundo o curador das coleções etnográficas do museu, João Pacheco Oliveira.

“O material que acabou sendo pesadamente afetado foi o do departamento de antropologia pela própria característica dos materiais. Mineralogia trabalha com meteoros que passam na estratosfera e resistem a temperaturas altíssimas. Os nossos objetos eram de madeira, palha, penas. Então esse material foi quase todo dizimado”, afirmou o antropólogo.

Após um longo trabalho de restauro, felizmente, vários itens deste acervo foram recuperados, como mantos, armas, colares e objetos de reza.

O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, durante coletiva em que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresenta um balanço das obras de reconstrução do Museu Nacional e a programação do bicentenário da independência.
Diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner. - Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

O diretor do museu, Alexander Kellner, explica que o investimento na recuperação é de R$ 445 milhões, e desse total já foram captados em torno de 60%. Ele também ressalta que o prazo final para a entrega da obra é 2028, mas várias etapas já estão sendo concluídas ao longo deste período, com uma proposta diferenciada de instituição.

“A gente não quer fazer um museu igual ao que era. Queremos fazer um museu moderno, sustentável, inclusivo e que, sobretudo, promova o diálogo com a sociedade”, disse o professor Alexander Kellner, diretor da instituição.

Parte interna do Museu Nacional recuperada após quatro anos do incêndio. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresenta um balanço das obras de reconstrução do Museu Nacional e a programação do bicentenário da independência.
Parte interna do Museu Nacional recuperada após quatro anos do incêndio. - Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

A fachada do Museu, entregue restaurada este ano, é um dos primeiros resultados da revitalização. A obra envolveu em torno de 150 profissionais. Também já foram entregues grande parte da cobertura do primeiro bloco refeita e todas as esculturas de mármore restauradas. Para o ano de 2024, uma grande atração prevista é a abertura da sala do meteorito Bendegó e da escadaria monumental.

A diretora adjunta de integração Museu e Sociedade, Juliana Sayão, ressalta que o Museu Nacional é de grande importância para a população. E que as atividades não pararam com o fechamento do local devido ao incêndio.

“A gente criou vários projetos educativos e de extensão que permitiram esse contato. A gente teve Museu Nacional Vivo nas Escolas, em vez de receber as escolas no museu, a equipe do educativo ia até as escolas para desenvolver esse trabalho”.

A trajetória do Museu Nacional remonta à história do Brasil. Criado em 1818 por D. João VI, é a primeira instituição de pesquisa e o primeiro museu do país, construído com o objetivo de atender aos interesses de progresso cultural e econômico do Brasil na época. Seu acervo inclui peças de arqueologia, geologia, paleontologia, e zoologia, entre outras.

Ouça na Radioagência Nacional

 



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