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Blog do Nicola

 


Blog Do Nicola

E a partir de hoje falaremos mais sobre esse tema DEPRESSÃO com a ajuda de um parceiro nosso que sofreu durante anos com essa doença e agora recuperado vai trazer todos os dias um pouco da sua história e sua experiência. Tanto as boas como as ruins. Seja bem vindo Nicola! 


Nicola Junior mora em São Paulo e foi diagnosticado com depressão esquizoide, vegetou 12 anos entre tratamentos e internações até levar uma vida normal. Tímido, solteiro, canceriano, palmeirense e publicitário.

Uma breve apresentação

Até parece que foi ontem que sai da ala da psiquiatria da Santa Casa, mas já fazem 11 anos. Eu fiquei internado 45 dias. Lembro do uniforme surrado, dos internados e suas mazelas, das noites que estava no quarto e chegava alguém em surto, algumas vezes precisando ser até amarrado na cama.

Gostaria de deixar claro, a qualidade e o carinho de todos que trabalhavam lá. As enfermeiras e enfermeiros eram extremamente atenciosas, assim como os médicos. Uma pena que a ala de psiquiatria da Santa Casa de Campo Grande fechou.

Claro, que também agora é uma oportunidade de agradecer a todos que me ajudaram. Médicos e médicas, amigos e amigas, e acima de tudo, a minha família, em especial a tia Alice (que ainda vou falar muito dela) e ao meu tio Benvino (homem durão mas que me ensinou e ajudou muito também). Tenho certeza que sem eles não teria conseguido ou talvez nem estaria aqui agora escrevendo essa apresentação. A gratidão sempre será imensa.

Eu vou contar minha história aos poucos nessa página, por isso é breve essa introdução sobre minha última internação. Você que tem depressão, ansiedade ou qualquer outro problema psiquiátrico, sabe que nossas vidas dariam um livro ou um filme.

Mesmo quando estamos em silêncio, muitas vezes sofrendo com os pensamentos a mil, sabemos que cada minuto poderia preencher uma folha de papel em branco. Temos nossas histórias e por mais que existam especialistas ou pessoas que estão ao nosso lado, você deve concordar que só nós sabemos realmente aonde aperta o calo.


Eu tive depressão com traços de esquizofrenia dos 33 aos 45 anos. Hoje estou super bem, na verdade renasci, e por isso quero compartilhar tudo o que passou comigo. Este blog é dedicado às pessoas que estão enfrentando essa batalha dura e complicada. Não só as que estão com esses males, como os pais, irmãos, tios, tias e amigas que cuidam e são a base de quem precisa sair dessa.

Eu não vou iludir ninguém, pela minha longa experiência em consultórios, clínicas, internações ou convivendo com famílias e doentes, devo dizer que muitos não conseguem sair dessa. Mas também é preciso ressaltar que isso não é culpa de quem está com depressão ou qualquer outra doença da mente.

Só que é importante, muito importante mesmo, dizer uma coisa: uma pequena melhora já é um salto gigantesco em nossas vidas. Principalmente na vida de quem sofre isso. Sabe um sorriso novo depois de dias arrasado ou em profunda tristeza é como um pequeno milagre. Basta perguntar o que significa isso para uma mãe ou um pai que ganha cabelos brancos e rugas com o sofrimento da filha ou filho. E essa melhora é sim o caminho das pedras.

São essas pequenas vitórias que podem levar a uma transformação, possibilitando que a pessoa tenha mais qualidade de vida que me motivaram a escrever este blog. Sabe se o que escrever aqui fizer a diferença ou dar um alento na vida de uma única pessoa: todo trabalho já valeu a pena.

Porque eu sei que não existe nada comparado a sair de uma depressão, é um sentimento de estar vivo novamente, querendo fazer aquelas coisas triviais que muitos talvez nem percebam a devida importância. Caminhar leve pelas ruas, arrumar um emprego qualquer, sair com os amigos, flertar ou simplesmente concordar com uma senhora na fila do supermercado que o preço do tomate está muito caro.

Essas coisas simples para quem já teve depressão ou outra enfermidade, é como sair de uma caverna escura ao qual estivemos por muito tempo e sentir os raios do sol acariciando a face.

Aqui nesse espaço, contarei narrativas sobre mim, superações e frustações, glórias e derrotas, e principalmente, como fiquei bem. Nesse espaço, direto de São Paulo aonde moro agora, também buscarei trazer links, textos, dicas e novidades sobre nosso mundo tão particular.



Acho que humildade é fundamental, mas não posso deixar de me considerar um vencedor. Primeiro porque eu estou vivo e para nós que mergulhamos nas trevas, isso já é uma grande vitória. 
Segundo porque lembro quando andavas pelas ruas de São Paulo sujo e até catando bitucas no chão até chegar o dia que percebi que toda minha luta me levou a renascer das cinzas.

Seja bem-vindo, temos muito o que compartilhar, eu acho que a experiência de contar minha vida e ajudar pessoas vai ser incrível. É um prazer imenso, e como vocês devem imaginar, uma ótima terapia também. Se você chegou até o fim do texto, eu agradeço e desejo muita força e luz no seu caminho. Muito obrigado e não baixe a guarda, faça o tratamento direitinho e jamais desista.

Por que eu uso um pseudônimo?

Eu já fiquei numa situação totalmente incapaz tomando muitos remédios. Meu diagnóstico era de uma depressão esquizoide. Também fui diagnosticado com transtorno afetivo e esquizofrenia leve. Ao certo, eu não sei o que eu tenho, acredito que seja uma depressão esquizoide como diz minha médica atual.

Um dos motivos que me levaram a usar um pseudônimo é o preconceito que existe em relação aos meus diagnósticos. Como estou bem, isso pode atrapalhar a reconstrução da minha vida, já que há um grande estigma em doenças com traços de esquizofrenia.
Até porque não quero ser visto nem mesmo com o adjetivo de alguém especial. Depois que passa a tempestade, tudo o que queremos é ser uma pessoa normal.

Outro motivo, é que quando estava praticamente incapaz, fui vítima de um golpe e pessoas mal intencionadas usaram meu nome indevidamente. O processo está há anos na justiça civil. Mas o mais trágico é que envolveram pessoas que tinha grande estima, inclusive um familiar. Então também prefiro ficar no anonimato até que tudo se resolva.

O que pode ajudar no desespero

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O CVV é uma organização sem fins lucrativos que conta com uma equipe preparada para escutar pessoas em situações difíceis. Em sua história com certeza ajudou muita gente que precisava ouvir uma palavra amiga ou simplesmente desabafar. 
O CVV é sem dúvida um forte aliado para depressivos, ansiosos, e principalmente, para pessoas que estão desesperadas pensando em por um fim nas suas vidas. 
Você pode ligar a qualquer momento de todo o Brasil, o atendimento é 24 horas e a ligação é gratuita.

Telefone: 180

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