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Grupo de moradores se opôs a habitações populares em Maresias



Uma associação de moradores do bairro de Maresias, praia de alto padrão de São Sebastião, no litoral norte paulista, se mobilizou para barrar um programa da prefeitura anunciado em 2019 que pretendia construir um conjunto habitacional com 400 casas para famílias de baixa renda em um terreno público, com vista para o mar. O município registrou mais de 50 mortes de habitantes de áreas de risco após a tempestade que atingiu a região nos dias 18 e 19 de fevereiro.




O projeto não foi para a frente após a Caixa Econômica Federal barrar seu financiamento pelo programa Minha Casa Minha Vida em tempo recorde em janeiro de 2020. Naquele mês, antes da decisão do banco, o ministro da Secretaria de Comunicação do então presidente Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, participou de uma reunião da Associação Amigos da Praia de Maresias afirmando que poderia interferir na questão.




“Enquanto eu estiver em Brasília, utilizem meu contato. Eu liguei para o presidente da Caixa Econômica e ele nem estava sabendo disso. Por uma vez por todas, vamos esclarecer todas essas perguntas. Tragam para mim que vamos levar ao presidente da Caixa e tirar as dúvidas”, disse Wajngarten, que é dono de uma casa em Maresias e amigo de Eliseu Arantes, presidente da associação à época. A fala foi registrada em vídeo.




Na quinta-feira (23), o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), afirmou ao portal UOL que o programa não foi para a frente por pressão de “cerca de 500 moradores de média e alta renda” de Maresias. A associação organizou um abaixo-assinado contra o projeto e chegou a entrar na Justiça para impedir que a área destinada a ele fosse usada para a construção de habitações populares. Entre os argumentos levantados pelo grupo, estão a desvalorização de imóveis, possíveis problemas de segurança e a falta de saneamento básico na região.




Procurado pela rádio CBN, Wajngarten negou qualquer interferência e afirma que é a favor da construção de casas populares em Maresias, desde que haja garantias de saneamento básico e segurança pública.




Eliseu Arantes, ex-presidente da associação e dono de um supermercado em Maresias, disse ao jornal Folha de S.Paulo que as casas seriam construídas em uma área de charco, em um bairro “saturado”, que “sofre com problemas de saneamento, água e praia poluída”. Ele também afirma que as reuniões do grupo também tinham a participação de moradores de baixa renda. “Retrataram as reuniões de forma pejorativa, como se fossem os ricos tentando impedir a construção das casas”.




Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/extra/2023/02/25/Grupo-de-moradores-se-op%C3%B4s-a-habita%C3%A7%C3%B5es-populares-em-Maresias

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